Como vão indo as galinhas e as vacas

Iniciamos fevereiro com um dia quase ensolarado. Depois da “Super Lua Azul de Sangue” que só pode ser vista aqui por volta das 2:00h da madrugada, quando afinal o céu ficou limpo, o astro rei, nosso tímido amigo o Sol, resolveu aparecer!

No mês de janeiro tivemos aqui 5 dias sem chuva, então dá pra imaginar como estavam as coisas por aqui. Tudo muiiiito molhado.

No dia 20 de janeiro nasceu o Acácio, filho da Fafá e neto da Miucha. Uma enorme surpresa, ele é um “holandesinho”! Saiu a cara da avó.

Chegada do Acacio

Ainda estamos imaginando o que pode ter acontecido, pois foi feita inseminação artificial e era para o pai ser Jersey, mas o meu vizinho tem um tourinho Holandês. Quem sabe alguém pulou a cerca.

Bem, com todos esses dias de chuva os bezerros acabaram ficam amuados e adoeceram. Por sorte minha filha é veterinária e já tratou os dois. Agora está tudo bem.

Essa é a Amora com 13 dias.

Amora com 13 dias

Infelizmente aqueles ovos que estavam na chocadeira não vingaram. Mas os dois que nasceram se desenvolveram bem.

pintinhos se esquentando

Na falta da mamãe eles deram um jeito de se esquentar.

Mas, como sempre achei que quem sabe cuidar melhor dos filhos são as próprias mães, esperei anoitecer e levei os pequeninos para o galinheiro.

As duas galinhas estavam dormindo juntas e acocoradas sobre os outros pintinhos. Coloquei os dois debaixo delas e depois de um pequeno alvoroço perdi os dois de vista, escondidos sob as asas protetoras das mamães.

pintinhos com a galinha 1

E assim foram readotados com sucesso.

O que mais me chamou a atenção foi que as duas galinhas compartilharam o ninho, os ovos e depois os filhotes. Ao todo nasceram 5 pintinhos dos 10 ovos e as galinhas compartilharam a guarda deles, ora uma cuidando de dois ora cuidando de três. E ai de alguma intrusa que se metesse entre eles!!!!

Tenho um canteiro pertinho da porta da minha cozinha onde pretendia ter uma pequena horta, mas acabou se transformando em um berçário.

canteiro bercario

Escolhi um feijão para cozinhar e o refugo joguei no canteiro. Semana passada colhi o que a chuva não estragou. Algumas poucas vagens que me servirão de semente para o próximo plantio.

feijao escolhido

Tinha guardado também uns poucos grãos de um feijão que colhi aqui em casa já a uns dois anos. Esses grãos estavam em um pequeno altar onde agradeço pelas benesses da vida. Por esses dois anos ficaram ali e não murcharam nem caruncharam e então resolvi plantá-los no meu canteiro-berçário.

Bem, nem todos vingaram, mas o pé que vingou ficou assim

feijao 1

Mas vejam o detalhe de como estava o caule

caule quebrado

Na próxima postagem coloco as belíssimas vagens que se formaram e que pretendo colher em breve.

A natureza me ensina coisas maravilhosas todos os dias e é por isso que não troco essa minha vida por nenhum luxo da cidade.

Feliz Fevereiro a todos!

 

Bem vindo 2018!

Depois de muito tempo sem postar aqui, estamos de volta.

Foi um tempo de reflexão sobre os rumos a seguir na propriedade.

Em novembro de 2013 anunciei a venda das vacas. Fiquei apenas com a minha Matriarca, a Miucha, que acabou me presenteando com duas filhas, Estrela e Fafá.

A Estrela trouxe a Alegria e a Fafá deve criar nos próximos dias.

Por conta do período seco das “meninas” acabei comprando a Giesta e a Fanny.

É interessante como as coisas se encaminham na nossa vida. Quando tinha muitas vacas nasciam muitos bezerros aqui. Quando resolvi que não ia mais me dedicar ao leite só vi nascerem bezerras!!!

Bem, acho que isso deve significar algo, ou não, mas no fim das contas estou com 6 vacas e uma pequena bezerrinha que nasceu dia 1º de janeiro, filha da Giesta. Veremos o que vai me trazer a Fafá.

amora-1-1-2018-1.jpeg

As “madrinhas” da Amora

Amora 1 1 2018

Amora

Assim, a criação de vacas e produção de leite está na lista das atividades da propriedade esse ano.

Em 2015 voltei a participar do CEJARTE, Centro de Jardinagem e Arte Floral do Paraná. Assumi a secretaria e depois a Tesouraria. O CEJARTE é uma entidade, sem fins lucrativos, que congrega pessoas interessadas em jardinagem, paisagismo e assuntos correlatos. Nos encontramos todas as quartas-feiras à tarde, de março a junho e agosto a novembro, para uma palestra e depois um café. Essa atividade me deixa ocupada por um tempo na semana.

Em junho de 2016 comprei um trator, Massey Fergusson 50 X, velhinho mas muito simpático e em novembro fui fazer um curso de Agrofloresta no Sítio Semente em Brasília . Voltei com muitas idéias que deverão ser implementadas esse ano.

Em meados do ano passado fiz uma cerca delimitando uma área ao redor da nossa casa.

Dei uma nova função para o estábulo original. Agora ele aloja 5 galinhas, 1 galo e 9 pintinhos nascidos aqui mesmo.

Com a nova cerca ficou mais fácil de implantar um pequeno horto (horta e pomar). Estou avaliando onde e como preparar a área.

Os cursos ficaram suspensos, mas estou pensando muito sobre isso e acredito que esse ano eles voltarão.

Captação de água da chuva é um projeto que está em andamento, instalei um fogão a lenha para aquecimento de água que deve ser aprimorado e os sistemas de tratamento de efluentes também está em processo de aprimoramento.

A ideia agora e voltar a postar, se possível semanalmente, para documentar os avanços nos projetos.

Até breve e um Feliz 2018!!

 

Tratamento do esgoto

Um sistema de tratamento de esgoto tem por finalidade tratar as águas servidas da residência.

Essas águas podem ser chamadas de “água cinza” se são de pias, tanques e chuveiros ou “água preta ou negra” se vem dos vasos sanitários.

efluentes

Para o tratamento da “Água Negra” nós decidimos utilizar uma Bacia de Evapotranspiração (BET).

A recomendação para o tamanho da bacia varia de 1 a 2 m³ por pessoa, respeintado-se uma profundidade mínima de 1 m.

A nossa bacia ficou com mais ou menos 1,5 m³ por pessoa.

As dimensões foram 1,5 m de largura x 3,0 m de comprimento x 1,3 m de profundidade.

Acompanhe pelas fotos a construção da nossa BET.

Aqui a escavação da bacia concluída.

escavação

Para que a BET seja eficiente ela deve ser muito bem impermeabilizada.

Para isso fizemos um chapisco com massa de cimento diretamente sobre as paredes e fundo da bacia.

Depois de secar um pouco o cimento fixamos uma tela, daquelas usadas para cerca, em todas as paredes e fundo do buraco.

A tela que usamos foi de plástico, mas pode ser também de arame.

O tamanho do “gomo” é médio, mas pode ser utilizada a tela de pinteiro, com um “gomo” menor.

Depois de fixar bem a tela faz-se um reboco completo, bem caprichado, em todas as paredes e fundo.

Esse reboco é que vai garantir a impermeabilização da BET.

recobrindo tela

Concluída a impermeabilização deve-se esperar para secar um pouco o cimento e aí começamos a encher a bacia.

Quando estávamos fazendo a BET tivemos um período de chuva intensa.

Como pode ser visto na foto a água se acumulou no fundo enquanto fazíamos a montagem da camara séptica – composta pela sequência de pneus.

Até não achei ruim pois assim pudemos comprovar a impermeabilização das paredes!

DSC03189

O tubo branco no fundo da imagem é o tubo que vem dos vasos sanitários. Tubo comum de pvc com 100mm de diâmetro.

O tubo fino que se vê na imagem é o tubo de chegada de água na casa. Após a conclusão da BET fizemos o desvio dessa entrada.

Abaixo um detalhe da entrada do tubo na câmara séptica.

tubo e caliça

 

Em seguida colocamos todo o “recheio” da câmara.

enchimento 1

 

Os materiais de enchimento são caliça, pedrisco grosso, pedrisco mais fino, até chegar na areia.

Por último colocamos uma boa camada de palha seca e terra comum.

Concluído o enchimento da câmara plantamos algumas bananeiras ou outras espécies de folhas grandes.

Aqui uma foto da bacia completa, mas sem as bananeiras ainda.

bet pronta

 

Para o tratamento das “água cinza” oriunda da cozinha e lavanderia montamos um círculo de bananeiras.

O passo-a-passo desse sistema fica pra semana que vem.

 

Técnicas de Construção com Terra Crua – Construção Natural

Quando escrevi o artigo sobre adobe aqui no blog não imaginava a repercussão que teria.

Mais do que isso, não imaginava que teria que estudar mais um bocado para poder responder aos questionamentos e dúvidas que surgiram.

E isso foi muito bom pois acabei aprendendo muita coisa interessante.

O assunto do momento é o aquecimento global e imediatamente nos lembramos dos grandes vilões da vez, os automóveis, e não nos damos conta do quanto nossas casas também contribuem para o agravamento da situação.

Você já pensou em quanta energia se gasta para produzir e transportar os materiais de construção, usados corriqueiramente, como tijolos cozidos e cimento?

E a energia que usamos para aquecer ou resfriar nossas casas e escritórios?

Por outro lado, você sabia que aproximadamente 1/3 da população mundial vive em edificações que utilizam a terra e técnicas com barro como a base de suas construções?

As construções feitas com terra crua apresentam um excelente conforto térmico, mantendo a temperatura e a umidade relativa do ar estáveis ao longo do ano dentro dos ambientes construídos.

O gasto de energia para transporte e transformação dos materiais utilizados é praticamente nulo.

“Uma construção tradicional é vernacular por essência, ou seja, utiliza materiais e técnicas próprias de seu lugar, demanda pouca energia para sua construção e demonstra enorme respeito ao meio na qual está edificada; fazendo parte assim do amplo leque das construções sustentáveis.” (http://ambiente.hsw.uol.com.br/adobe.htm)

Para conhecer um pouco da história das construções com terra acesse http://ambiente.hsw.uol.com.br/adobe2.htm.

Em uma construção natural podemos utilizar além da terra, pedras, fardos de palha, bambu, tocos de madeira e resíduos não processados.

Aqui falaremos das técnicas que utilizam a terra crua como matéria prima.

Para as diferentes técnicas utiliza-se uma massa básica constituída de terra com 60 a 70% de areia, 30 a 40% de argila e água em quantidade suficiente.

Alguns aditivos podem ser agregados de acordo com as necessidades ou com a técnica escolhida.

Os principais aditivos são:

Esterco de vaca ou cavalo que são estabilizantes químicos da massa.

Grãos, fibras, folhas secas e limpas, capins e palhas que estabilizam a massa e “amarram” internamente as partículas de areia e solo.

Cimento, cal e ou cinzas que proporcionam uma liga mais resistente e mais durável.

Óleos vegetais, látex, seivas e ou betume asfáltico que torna a mistura mais impermeável e com menos água fica mais resistente às intempéries.

(http://ambiente.hsw.uol.com.br/adobe3.htm)

Outro aspecto importante diz respeito à fundação e cobertura dessas edificações.

A fundação tem por finalidade isolar as estruturas de parede da umidade do solo.

Pode ser feita de concreto ou pedras.

A cobertura deve proporcionar um beiral de pelo menos 50cm.

As paredes devem receber uma proteção  e/ou pintura.

Técnicas

Adobe

A massa básica do adobe é feita com terra local (60 a 70% de areia, 30 a 40% de argila) e água suficiente para que se obtenha uma massa plástica e moldável.

Como aditivo físico pode-se utilizar algum tipo de capim ou palha longa e como estabilizante químico usa-se o esterco de vaca ou cavalo.

Nesse ponto acontece a primeira grande dúvida, como pudemos observar nos comentários do blog.

Onde vou conseguir o esterco, há algum substituto?

Tendo lido muitas informações sobre o adobe, poderia dizer que o esterco e a palha não devem ser os fatores limitantes para a fabricação dos tijolos, uma vez que, como dito anteriormente, a massa básica original é terra e água.

Os aditivos possíveis são citados no início do texto, mas gostaria de sugerir que sejam utilizados preferencialmente aqueles não industrializados.

Um dos aditivos substitutos mais citados é a cal. É importante utilizar a cal hidratada. A quantidae sugerida é aproximadamente 10% do total da mistura, por exemplo, para cada 10 litros de terra (um balde) usa-se 1 kg de cal. Mesmo utilizando-se a cal hidratada é importante lembrar que a mistura pode “queimar”, então é recomendável usar luvas e botas para trabalhar.

A terra deve ser peneirada e a massa deve ser muito bem amassada. Pode-se deixar a massa misturada descansando por uns dois à sombra. Depois desse período mistura-se novamente a massa e adiciona-se a água.

Os tijolos prontos devem descansar à sombra para secar.

Quanto maior a umidade ambiente mais demora para secar o tijolo. Em locais sujeitos a chuva eles devem ficar em local aberto, arejado e coberto.

Os tijolos devem ser virados com freqüência para uma secagem homogênea.

A massa utilizada para assentar os tijolos e para rebocar as paredes é a mesma que se usa para fazer os tijolos.

COB

Esta técnica utiliza a mesma massa do adobe, porém diretamente no local da construção.

São feitas bolotas com a massa e essas são assentadas umas ao lado das outras em camadas de até 20 cm. Faz-se todo o perímetro do cômodo a ser construído de uma só vez, respeitando as camadas. Cada camada deve secar bem antes de se começar a próxima camada.

Os cuidados com a fundação e cobertura são os mesmos que para as demais construções com terra crua.

Esta técnica permite que se façam cômodos circulares e se agreguem esculturas na própria estrutura das paredes.

(http://permaculturabr.ning.com/group/biocasa/forum/topics/tecnica-cob#.Tq36knImu9s)

Taipa de Pilão ou Taipa Socada

A massa usada é apenas terra (60 a 70% de areia, 30 a 40% de argila) e água apenas para umedecer. Pode-se acrescentar 10% de Cal na mistura.

Essa massa é colocada em uma forma instalada onde será levantada a parede e socada até tornar-se um bloco compacto.

As camadas de terra devem ser pequenas e bem socadas.

Cada vez que se preenche completamente a forma, ela é desmontada e montada novamente acima do nível concluído e o processo continua até a altura desejada.

                   http://ambiente.hsw.uol.com.br/adobe6.htm

 (http://yvypora.wordpress.com/2007/06/17/terceira-parede/43/)

Essa técnica proporciona a construção de paredes muito sólidas e que depois de prontas recebem um bom reboco e pintura.

Informações bem detalhadas são encontradas no blog da Casa da Montanha (http://yvypora.wordpress.com/category/paredes-de-taipa/)

Taipa de mão ou Pau-a-Pique

Esta é uma técnica onde se utiliza uma armação de madeira ou bambu recoberta com barro.

Bastante utilizada no meio rural, sofre de alguns preconceitos, mas o trabalho sendo realizado com critério e rigor cria estruturas muito bonitas e agradáveis.

É importante que se faça uma boa fundação que isole as paredes da umidade do solo e também um bom sistema de sustentação da armação de madeira.

 (http://static.hsw.com.br/gif/adobe-taipa-mao-b.jpg,

http://static.hsw.com.br/gif/adobe-taipa-mao-c.jpg)

A massa utilizada para recobrir a estrutura é a mesma usada para o adobe, isto é, terra local (60 a 70% de areia, 30 a 40% de argila), água suficiente para que se obtenha uma massa plástica e moldável, algum tipo de capim ou palha longa e esterco de vaca ou cavalo.

A estrutura deve ser preenchida com a massa sem deixar buracos ou falhas. Após a secagem, por umas três ou quatro semanas, podem aparecer algumas rachaduras que devem ser fechadas com a mesma massa utilizada anteriormente, Faz-se essa opração com uma espétula, preenchendo bem todas as trincas e deixando a parede toda com a superfície bem uniforme.

Após mais um mês faz-se a aplicação do reboco utilizando-se uma massa de barro e cal. Depois de seco o reboco é só pintar.

As paredes de taipas apresentam menor resistência à compressão, então sugere-se que a cobertura dessas construções seja feita com materiais leves e respeitando-seum beiral de pelo menos 50cm.

CORDWOOD (toquinhos de madeira)

A massa utilizada aqui é composta de terra local (60 a 70% de areia, 30 a 40% de argila)+serragem+cimento+cal.

Uma receita que pode servir de exemplo é a seguinte:

2 baldes de terra peneirada

1 balde de areia média peneirada

1 balde de cal

2/3 de balde de cimento

1 balde de serragem deixada de molho de um dia para o outro.

A terra disponível nesse caso tem uma proporção de aproximadamente 40% de AREIA E 60% DE ARGILA, por isso acrescenta-se a areia para se chegar à proporção necessária de 60% de AREIA E 40% DE ARGILA.

A massa é utilizada para assentar os tocos de madeira ou garrafas e assim forma-se a parede.

Não se faz reboco sobre a parede acabada.

SUPERADOBE

“Esta técnica ganhou notoriedade em 1984 quando a Agência Aeroespacial Norte Americana (NASA), promoveu um simpósio (Lunar Bases and Space Activies of the 21º Century) reunindo arquitetos e engenheiros para discutir a viabilidade de se construir na Lua.

Criado por Nader Khalili, arquiteto iraniano radicado nos Estados Unidos, o super adobe surpreendeu por evitar que grandes quantidades de material tivessem que ser levados ao espaço.” (http://ambiente.hsw.uol.com.br/adobe4.htm).

A técnica consiste em preencher com terra sacos de polipropileno que são empilhados formando as paredes.

Cada camada assentada deve ser bem socada e um fio de arame farpado deve ser colocado entre as camadas ara dar maior estabilidade ao conjunto.

Após a conclusão da estrutura faz-se um reboco como nas técnicas anteriormente descritas.

Algumas conclusões

Antes de iniciar uma construção, seja qual for a técnica escolhida é preciso lembrar que esta é uma empreitada que requer comprometimento e responsabilidade.

Avaliar a disponibilidade de material, tempo e mão de obra é imprescindível para decidir qual a técnica mais adequada.

Escolhida a técnica muitos testes devem ser feitos antes de iniciarmos a obra. Faça pequenos protótipos e observe os resultados.

Anote as “receitas” para saber qual deu certo e assim poder repeti-las com sucesso.

Para que sejamos coerentes com essa escolha, devemos nos lembrar que não basta construir paredes de forma “alternativa”.

Uma construção natural implica no uso consciente  e racional dos materiais, mesmo que sejam “de graça”, adequação dos sistemas de iluminação e tratamento de resíduos e uma inserção responsável na comunidade.

Quando tomamos os devidos cuidados podemos construir uma casa que será efetivamente um lar que terá a nossa cara.

Alguns sites para consulta

http://yvypora.wordpress.com/

http://www.abeta.com.br/aventura-segura/socioambiental/pgn.asp?id_pg=114&nivel=2

http://www.abcterra.com.br/construcoes/index.htm

http://ambiente.hsw.uol.com.br

Iniciando a implantação do meu projeto da Zona 1

Tenho passado por um dilema constante aqui na chácara – tenho duas áreas que podem ser chamadas de Zona 1.

Uma é a da Casa-Pousada, que atende as necessidades dela mesma e as minhas, além de ser onde tenho os excedentes para venda. A outra é a área ao redor da minha casa, que atualmente é apenas um lugar por onde passeiam as vacas.

Sempre me questionava se devia ou não criar uma Zona 1 exclusiva para minha casa e até agora não havia conseguido decidir.

Bem, hoje tomei uma decisão afinal.

Vou criar uma pequena área de produção de alimentos para a família ao redor da minha casa.

Já na semana passada trouxe algumas galinhas para um pequeno galinheiro nos fundos da casa e hoje comecei a recuperar uma espiral de ervas no quintal.

Para os próximos dias estarei postando os avanços da empreitada.

Aqui como estava o local. No fundo da imagem vê-se o galinheiro e algumas galinhas!

Após umas duas horas de trabalho ficou assim.

Limpei o terreno ao redor da espiral e desmontei ela toda.

Todo o material carpido vai ficar em volta secando para ser utilizado em canteiros instantâneos que serão feitos na sequência.

Acontece uma coisa interessante comigo, meu ano só começa no segundo semestre!

E parece que esse ano vai ser bem produtivo!

Feliz Primavera a todos.

Início do PDC

Chegou o dia!

Estamos iniciando nosso terceiro PDC na chácara.

Serão 16 participantes vindos de diferentes lugares e com diversos saberes e curiosidades.

Por sorte o tempo está bom, calor de dia e fresco à noite.

Os que já chegaram ontem à noite comentaram sobre a visibilidade das estrelas, os sons do ambiente e as expectativas para o curso.

Em breve fotos e comentários.

Fabricando tijolos de adobe

A preparação para o curso de bioconstrução me apresentou o desafio de fabricar tijolos de adobe.

Muito havia ouvido falar mas nunca tinha estado, conscientemente, perto de um tijolo de adobe e muito menos fazia idéia de como seria fabricá-los.

Bem, tive que me virar e fiz conforme me foram indicando meus amigos Jorge, Tomaz e Cecília. E qual não foi minha surpresa ao ver meus tijolinhos darem certo.

Para fabricar os tijolos de adobe você precisará de terra, esterco fresco de vaca ou cavalo, palhada, água e formas.

MATERIAIS

A composição ideal da terra deve ser 60 a 70% de areia e 30 a 40% de argila.

Para verificar essa característica pegue um frasco de vidro grande e de boca larga. Preencha com a sua terra até 1/3 do volume e depois complete com água até 2/3 do volume.

Para o meu  teste utilizei garrafas pet, mas me pareceu que não aconteceu uma boa separação do material, assim, recomendo que se use potes de vidro mesmo!

Faça uma agitação bem intensa e depois deixe descansar. As partículas irão se separar e a areia irá para o fundo ficando a argila por cima. Por último fica a água que deve estar bem límpida. Medindo a altura da areia e da argila se define a porcentagem de cada uma.

teste terra

A terra que será utilizada deve ser retirada a partir de uns 50cm de profundidade, pois a camada mais superficial costuma ter boa quantidade de matéria orgânica em decomposição (serrapilheira, raízes, restos de animais e plantas,…) e esse material pode influenciar negativamente na qualidade do tijolo.

No meu caso a proporção estava ao contrário, muito mais argila que areia, por isso comprei areia para preparar uma boa mistura de terra. Para a mistura usamos 7 pás de areia para 3 pás de terra.

Como aditivos usa-se o esterco e a palha.

O esterco ajuda na estabilização química do tijolo e a palha na estabilização física.

As formas podem ser feitas de madeira ou metal. Quanto mais lisas forem as paredes internas mais facilmente se solta o tijolo. As dimensões variam de acordo com a necessidade, mas seria bom que o tijolo tivesse o comprimento igual a duas vezes a largura e a altura próximo à medida da largura. É conveniente colocar “abas” para levantar a forma.

Podem ser individuais, duplas ou quádruplas, ter formatos variados, por exemplo, em formato de cunha, com cantos arredondados, meio-tijolo, …

Fizemos formas simples e duplas de madeira. As dimensões são 20cm x 10cm x 10cm.

forma dupla

forma simples

modelos formas

O PREPARO

Para preparar a massa faça uma pequena depressão no solo e cubra com uma lona plástica grande. Coloque os ingredientes e vá pisando para juntar tudo. Acrescente a água, bem devagar. A massa deve ficar bem plástica e moldável. Muita água e perde a forma, muito seca, se esfarela.

A quantidade de água é variável e depende do grau inical de umidade do material utilizado (terra, areia).

O esterco utilizado deve ser fresco, de preferência.

Na minha “fábrica” fizemos algumas experiências.

Para a primeira receita utilizamos uma betoneira, que eu já tinha. Misturamos a terra, a areia, o esterco e a água. À medida que a betoneira ia trabalhando percebemos que a água começou a “sobrar” e a massa ficou mole. Acrescentam0s mais terra, areia e esterco.

betoneira 1

A terra e a areia que utilizamos estavam muito molhadas devido à chuva dos dias anteriores, por isso acredito que acabamos usando pouca água na mistura.

Na receita seguinte colocamos bem pouca água  e a massa ficou com boa consistência.

Para a terceira receita utilizamos a lona plástica e a betoneira. Misturamos a terra com a areia e o esterco na betoneira, despejamos na lona e fomos pisando enquanto acrescentávamos a palha e a água. Quando fizemos essa receita a terra estava mais seca e então usamos mais água.

Ficou muito bom. De início achei que coloquei muita palha, aí acrescentei mais da mistura básica e cheguei a um bom ponto.

Depois de bem amassada comece a fazer os tijolos. Molhe as formas pois assim os tijolos saem com mais facilidade.

Faça bolas com a  massa e jogue dentro da forma preenchendo bem os cantos. Retire o excesso de massa e desenforme o tijolo.

Tijolo e forma

Após retirar o tijolo passe a forma novamente na água e retire qualquer resíduo que tenha ficado grudado.

molhando formas 1

Os tijolos são postos para secar e depois de dois dias devem ser virados.

tijolos secando

Para a secagem completa dos tijolos pode demorar de poucos a vários dias dependendo das condições climáticas e da quantidade de umidade inicial do tijolo.

Em períodos mais úmidos é mais demorado, períodos mais secos e ensolarados seca mais rápido.

Mais adobe, fazendo e aprendendo …

Hoje fizemos mais alguns tijolos.

Ainda estou aprendendo como fazer.

Os tijolos da semana passada trincaram um pouco e os de hoje também.

Depois de conversar como meu “professor” Jorge , descobri alguns erros que posso estar cometendo.

Por algum motivo havia assimilado a proporção errada entre areia e argila.

A correta é 60 a 70% de areia e 30 a 40% de argila na mistura.

Para saber qual a proporção da sua terra é fácil. Pegue um frasco de vidro cilíndrico e grande. Encha com a terra até 1/3 do volume e preencha com água até 2/3 do volume do frasco.

Faça uma agitação bem forte e depois deixe em repouso. A areia irá se depositar no fundo e acima dela ficará a argila. Por cima de tudo fica a água.

Meça a altura da areia e da argila e veja a proporção. Por exemplo, se tem uns 6 cm de areia e uns 4 cm de argila a proporção é 60% de areia e 40% de argila.

Se a proporção não estiver adequada faça os ajustes. Muita areia adicione argila, muita argila adicione areia. A cada mistura faça novo teste.

Depois de adequada a proporção da terra pode-se colocar “aditivos” como esterco fresco de vaca, cal, cimento, …

É bom também colocar alguma palha. Não precisa picar, maior é melhor.

Depois de tudo colocado junto é pisar e colocar água muito devagar para dar o ponto.

Se exagerar na água a argila se expande mais e o tijolo tende a ter mais trincas.

Bem, a terra que estou usando é argilosa então adicionei areia. Como aditivo utilizei esterco da minha vaca, a Miucha, mas não coloquei palha. Ops!!!! Falha nossa!!!!

Depois da conversa com o Jorge pude identificar algumas falhas no meu processo.

Amanhã ou depois devo fazer uma nova receita mais caprchada para ver se acerto.

O importante é isso, fazer até acertar o ponto e então praticar e praticar.

Abaixo seguem algumas fotos.

amassando adobe

Amassando e amassando. Legal é descalço, mas tinha que sair em seguida, então foi de bota mesmo!

produção 22-06

Produção da manhã. Foram 74 tijolos em mais ou menos 3 horas!

primeira receita

O tijolos da semana passada ficaram assim.

Tijolos de Adobe

Hoje fizemos alguns tijolos de adobe dentro dos preparativos para o Curso de Bioconstrução de julho.
Esta é minha primeira experiência no assunto e foi muito interessante.
Agora é preciso ir observando como vão se comportar os tijolos nos próximos dias.
Breve postarei fotos do processo de fabricação e o resultado obtido.

Tijolo e forma

Movimentação do composto

Seguem algumas fotos da movimentação do composto.

A primeira virada do composto foi feita dia 01 de junho, quatro dias após a montagem da pilha.

Pode-se ver na foto a fumaça que sai quando o material é remexido evidenciando o seu bom aquecimento.

composto 01-06

A próxima virada foi feita dia 04 de junho.

Também houve bom aquecimento e o mateiral estava mais seco.

Foi preciso fazer um boa rega.

Observe como a pilha já baixou bastante em relação ao dia da montagem.

composto 04-06

Logo posto mais algumas fotos.