Conforme prometido, vamos falar um pouco sobre queijos.
Supõe-se que o queijo seja um alimento que surgiu juntamente com a domesticação de cabras e ovelhas, por volta de 10.000 anos atrás.
“Uma lenda atribui a descoberta do queijo a um nômade árabe que atravessava o deserto
carregando um cantil contendo leite como sustento de sua jornada. Depois de várias horas
cavalgando, parou para matar a sede, tendo verificado que o leite havia se separado em um
líquido aquoso pálido e em um amontoado de sólidos brancos. O cantil era feito com estômago
seco de um animal, possivelmente camelo, contendo uma enzima coagulante: renina –
fermento ativo na coagulação do leite presente nas mucosas intestinais.
A combinação da renina, sol quente e os movimentos galopantes do cavalo foram
responsáveis pela separação efetiva do leite em soro e coalho, originando o queijo.”
O queijo acompanhou a ascensão e queda do Império Romano e as técnicas de fabricação ficaram protegidas pelos monges na Idade Média, chegando aos nossos dias com inúmeras receitas e tradições.
Existem inúmeros tipos de queijo ao redor do mundo e cada lugar tem suas particularidades na fabricação.
É importante lembrar que a qualidade do queijo começa com a qualidade do leite.
O que a vaca come vai influenciar diretamente no sabor e odor do leite, afetando por consequência o queijo.
Os queijos produzidos de forma mais artesanal geralmente sofrem mais essa influência. Os industrializados em grandes laticínios quase não sofrem essas interferências devido à padronização dos produtos e processos.
Os queijos podem ser produzidos à partir de leite cru ou leite pasteurizado.
Os nossos queijos mais conhecidos como o Minas Padrão, Serro, Canastra, entre outros, são produzidos à partir de leite cru.
A seguir vai uma sequência de fotos com as etapas da produção de queijo tipo Colonial aqui na chácara.
A temperatura ideal para coagulação fica ao redor de 33 a 35° C.
Com o leite na temperatura adequada, coloca-se o fermento e faz-se uma boa mexedura. Após alguns minutos acrescenta-se o coalho e faz-se novamente uma boa mexedura.
O leite fica então em repouso por uns 40 minutos aproximadamente.
Quando a temperatura ambiente está mias fria pode demorar um pouco mais e se está calor um pouco menos.
Depois do tempo de coagulação faz-se o corte da coalhada e a mexedura.
A mexedura pode ser feita com a mão mesmo, fazendo movimentos lentos em forma de 8.
À medida que se vai mexendo a massa retira-se o 3 a 4 partes do soro que se desprende e acrescenta-se 2 partes de água quente (80°C).
Esse processo continua até que a massa chegue a próximo de 40°C.
Durante a mexedura e “cozimento” da massa é preciso ir verificando a consistência da mesma.
Quando chega a essa consistência e firmeza faz-se a salga e depois enforma-se a massa.
Formas cheias e vai para a prensa.
O queijo permanece na prensa por cerca de meia hora. Depois desse tempo retiram as formas, viram-se os queijos e novamente uma prensagem por mais meia hora. Em seguida as formas seguem para a geladeira.
Depois da massa ter esfriado bem nas formas pode-se desenformar os queijos.
O ideal é deixar os queijos curando por uns 20 a 30 dias na parte mais baixa da geladeira, virando-os todos os dias. Com isso o sabor e textura se desenvolvem e o resultado costuma ser muito bom.
Mas nada impede de se consumir essa delícia imediatamente.
Bom apetite!